O que você faria se recebesse o diagnóstico de uma doença crônica?
Eu decidi correr.
Tudo começou em 2013 quando, aos 18 anos, no meio do terceiro colegial,
fui diagnosticado com Diabetes Tipo 1, um dos tipos mais graves pois é autoimune.
Se não bastasse toda a pressão “natural” dessa fase da vida, tive que aprender a lidar com algo que pensava ser sinônimo da morte. Eu realmente achei que meu mundo fosse acabar e todos os meus sonhos iriam por água abaixo.
Com o tempo percebi que tinha dois caminhos: ser o protagonista e controlar o diabetes ou coadjuvante e deixar ele me dominar.
Sempre gostei de ser o dono do meu “destino”, o responsável pelas minhas escolhas.
Então decidi encarar o diabetes de frente. Passei a usá-lo como motivação diária para me tornar uma melhor versão do que eu era ontem, e uma pior do que serei amanhã.
O esporte sempre esteve presente em minha vida através da corrida.
Cresci com meu pai acordando cedo aos domingos para treinar, nunca entendi o porquê de alguém passar horas correndo pra voltar ao mesmo local, honestamente achava a corrida MONÓTONA.
Porém como meu objetivo era agradecer todo seu amor e carinho, sabia que o único meio possível de expressar o tamanho desse sentimento era a partir do meu esforço e dedicação.
Foi aí que decidi correr uma maratona com ele.
Comecei a treinar em agosto de 2014. Os primeiros 5km foram alcançados ainda na esteira.(Suados 30 min).
Os primeiros 10km vieram numa tradicional prova em São Paulo, em dezembro do mesmo ano, cruzar a linha de chegada ao seu lado foi emocionante. Mas nada se compara a emoção sentida ao completarmos a Maratona do Rio, em maio de 2016.
O que era pra ser minha primeira e última maratona, foi a primeira das minhas nove até o momento.
O diabetes mudou a minha vida, mas a corrida mudou meu futuro.
Por isso decidi criar o “Correndo pelo diabetes”, projeto de impacto social que tem como intuito promover educação, inspiração e informação sobre o diabetes para a população ao redor mundo.
O projeto começou ano passado com 5 maratonas em 6 meses, esse ano serão 10 maratonas em 8 meses. O objetivo é aumentar o número em 5 maratonas por ano, até chegar em 27, em 2022. Ano que farei uma maratona (42,195km) em cada uma das 26 capitais do Brasil.
O projeto não se trata, pura e simplesmente, de um maluco correndo 77 maratonas em 60 meses.
É sobre sonhos. É sobre acreditar, planejar e realizar. É sobre mostrar que é possível transformarmos barreiras em pontes.
É muito além de correr por uma doença, é correr pela vida.
Sou testemunha do papel transformador do esporte. O esporte me ensina todos os dias como ser menos exigente comigo, olhar com mais carinho para meus defeitos, respeitar os limites do meu corpo, mas sem esquecer dos meus sonhos. A cair, levantar, cair de novo, erguer a cabeça, e continuar.
Convido vocês a se unirem a mim e correr pelo diabetes, pois o jogo vai muito além das quatro linhas, da pista, da piscina. O jogo é a vida e o diabetes as barreiras que ela nos traz.
Podemos não controlar o seu resultado, porém podemos controlar como ele nos impacta.
Afinal, a vida não é fruto das dificuldades trazidas, mas sim da nossa reação a elas.
Eu escolhi a corrida e se você tem jogo também, escolha sua modalidade, seja ela qual for e venha pra o jogo com a gente, porque juntos somos muito mais fortes.
Juntos somos feras!
Bruno Helman – Empreendedor, Fundador do “Correndo pelo diabetes”
Maratonista e pessoa com diabetes há 6 anos.
Instagram: bruno.helman
Facebook: bruhelman
E-mail: helman.bruno@gmail.com
